“The mystical divinity of unashamed felinity round the Cathedral rang ‘Vivat’ – life to the everlasting cat![1]”
Através da linha formada pelos Jelicais que conduziu Grizabella até ao velho líder, todos os Jelicais abdicaram da sua própria hipótese de se elevarem até à Camada Celestial, onde os gatos Jelicais renascem: tinham decidido que Griz a merecia mais do que qualquer um deles…
Mas Griz apenas se apercebe que foi a gata escolhida quando Munkustrap, fazendo-lhe uma vénia, a passa para as mãos do Velho Deuteronomy que a agarra ternamente enquanto a guia até ao grande pneu. Todos os outros Jelicais seguem atrás deles, deixando uma distância respeitosa. Por esta altura já todo o palco se envolve numa fumaça revolta…
Ao sinal da pata de Deuteronomy, o pneu começa a flutuar, elevando-se e movendo-se lentamente para a frente enquanto os gatos continuam a entoar um cântico alegre a plenos pulmões, que indicia o que vai acontecer “para cima até à Camada Celestial, para além da Lua Jelical, até à Camada Celestial”.
[1] “A mística divindade de felinidade assegurada, pela catedral ecoa felicidade, vida à Gata imortal!”
“Daylight, see the dew on a sunflower and a rose that is fading… roses wither away. Like the sunflower I yearn to turn my face to the dawn: I am waiting for the day…[1]”
No silêncio da noite, todos os gatos se apercebem que o amanhecer aproxima-se e com este o fim do Baile Jelical quando Jemima, do topo da lixeira e com uma voz doce, anuncia a chegada dos primeiros raios de sol: quando finalmente o orvalho se pode ver nos girassóis.
Munkustrap comunica que chegou o momento pelo qual todos esperavam: finalmente o Velho Deuteronomy vai escolher o gato ou a gata que poderá renascer para uma nova vida Jelical. Todos saúdam o velho líder e levantam as patas na esperança de serem escolhidos… mas são interrompidos.
Pela terceira vez, Grizabella volta à lixeira, apesar de estar cansada do tratamento injusto que tem recebido dos seus velhos companheiros Jelicais. Rum com um golpe e um olhar de desdém atira a sua juba para trás manifestando a sua repulsa pela interrupção, que ele considera rude, causada pela velha gata. Alguns gatinhos tentam chegar até ela, mas são afastados e Demeter, que também tenta chegar a ela, rapidamente volta para junto de Alonzo e protege-a carinhosamente.
Ao desistirem de chegar até Griz, os gatinhos mais novos acabam por imitar os Jelicais mais velhos, que se viram de costas e escondem a sua cabeça… como que tentando não escutar as palavras da velha queen. A única excepção é o Velho Deuteronomy que, ao levantar a sua pata, lhe dá autorização para ela… cantar.
Desta vez a velha gata canta com toda a sua alma, cada verso denotando mais e mais a sua tortura e necessidade de ser aceite novamente. Quase em jeito de súplica Griz pede aos Jelicais para a compreenderem e lhe darem uma nova oportunidade, explicando o quanto deseja reviver as alegres lembranças que ainda lhe restam de quando era bela, de quando era feliz… antes de cair no erro de abandonar os amigos e enveredar pelo caminho da prostituição…
Ela parece cantar também como se os desafiasse a pensar se vale a pena julgá-la sem saber aquilo por que passou, ciente de que eles deveriam conhecer melhor as amarguras que a vida pode trazer… mas rapidamente os seus próprios sentimentos parecem subjugá-la e ela cai desamparada no chão, vencida pelo desespero e pela culpa. O cansaço e o desgosto minaram Griz, e roubaram-lhe as últimas energias que lhe restavam.
À medida que ia cantando a sua alma os Jelicais, vagarosamente um a um, iam-se voltando e fitavam-na… finalmente prestando atenção às suas palavras. Primeiro os mais novos, depois os mais velhos até que finalmente Rum e Jennyanydots também se viraram para a observar e ouvir.
Vindo da audiência, o som de fungadelas propagam-se aqui e ali… todo o público já se rendeu à velha gata denegrida pela vida. Perceberam a mensagem. Mas tal como Griz, também o público tem de esperar por uma absolvição…
Quando Grizabella caiu, como que enviada pelos céus Jemima ergueu-se e num tom doce e misericordioso retomou a canção de Griz como que para a encorajar, esperando dar-lhe uma nova força. Fala provavelmente de uma memória sua que a faz feliz, a qual deve ser comum a todos os Jelicais… Griz reconhecendo aquele momento de felicidade, e espantada pela ajuda da gatinha, pareceu encher-se de energias renovadas e com grande emoção e força de vontade levantou-se e canta com uma força imensa, força que jamais haveria demonstrado possuir, revelando o seu maior desejo: ser tocada! Ser novamente aceite pela tribo que havia abandonado. Lembra-os de que será mais fácil para eles deixá-la assim, mas explica o que acontecerá se pelo contrário decidissem finalmente tocar-lhe: eles conhecerão o que é a felicidade e um novo dia começará para ela, apontando então para o novo dia que já raia…
O Baile acabou e ela ainda não foi aceite. A sua esperança rapidamente desaparece e ela tristemente afasta o seu olhar do calor do sol e começa novamente a arrastar-se com dificuldade abandonando de vez os Jelicais…
Mas Victoria levantou-se e deu uns passos. Griz ao sentir o movimento atrás dela não teve coragem de olhar para trás. Em vez disso, tal como havia feito anteriormente nessa noite, estendeu a sua pata para trás: numa derradeira esperança de ver o seu sonho tornado realidade…
Ao aperceber-se que desta vez ninguém a impedia de se aproximar da velha gata, Victoria olhou para o Velho Deuteronomy como que a pedir-lhe autorização e com o consentimento deste, a gatinha branca acabou por finalmente tornar o sonho da velha queen rejeitada em realidade.
Griz, depois de recuperar da surpresa inicial, finalmente solta um olhar de alívio e um sentimento de alegria pura pode ser vislumbrado na sua face ao virar-se e ver Victoria a fossar na sua pata. Todos os outros gatos se juntam a elas e formam uma linha através da qual todos eles a aceitam de volta, devolvendo-lhe olhares de arrependimento e aceitação. Griz é novamente uma gata Jelical!
[1] “Luz do dia, olha o orvalho no girassol e uma rosa que se desvanece… as rosas também murcham. Como o girassol anseio encarar o amanhecer: estou à espera do dia…”
“Memory all alone in the moonlight I can smile at the old days, I was beautiful then. I remember the time I knew what happiness was, let the memory live again…1”
Caminhando cautelosamente até à lixeira agora serena, a velha Gata de Luxo reaparece, desejando reunir-se à sua família perdida... Mas a maior parte da tribo reage exactamente como da primeira vez, vaiando-a e virando-lhe as costas. Os gatitos mais novos parecem fazer uma aposta em quem se conseguirá aproximar da velha queen e Carbucketty meneia-se prepotentemente até Grizabella como se lhe fosse estender a mão, levando-a a aproximar-se dele apenas para receber um arranhão e mais um bufo antes do jovem voltar para o seu grupo que parece divertir-se com o erro dela.
Algumas das gatitas, principalmente Victoria, Demeter e Jemina, passeiam-se por perto como quem tenta apanhar um bom vislumbre de Grizabella, e com cuidado tentam chegar-se à beira apenas para serem paradas e afastadas pelos mais velhos que as estão a “proteger” pelos mais velhos. Algumas das palavras que Grizabella entoou na sua aparição prévia ecoam pelas vozes de Jellylorum e Jemima, esta última olhando para a velha gata fustigada pela vida com uma fascinação quase mórbida. Sem demoras, a gatinha é de novo afastada de vez de Grizabella.
A velha gata é deixada a sós, no meio do palco, entregue às suas mágoas. Ela tenta dançar tal qual os Jelicais dançaram ainda há tão pouco tempo, mas logo se apercebe de que já não é capaz. Ela continua a tentar até atingir o ponto em que a frustação e desapontamento são tais que com um triste suspiro ela parece estar no limiar das suas forças. Mas ela pára por uns momentos e com uma voz de choro canta sobre as suas memórias...
Grizabella canta a sua dor sozinha ao luar, sorrindo aos velhos dias... outrora ela foi bonita, e lembra‑se ainda de uma época em que sabia o que era a felicidade. Só lhe resta esperar que essa memória possa viver novamente. Quando termina, ela parece completamente desprovida de forças e dona de uma tristeza de cortar a respiração.
Embora todos os gatos tenham abandonado o recinto, o Velho Deuteronomy ficou sentado a vê-la e a ouvi‑la. Mas a velha gata não o viu e embora ele tentasse chegar até ela, Grizabella desapontada e mais uma vez renegada esgueira-se e desaparece na noite...
“Meia-noite, nem um som da calçada
Perdeu a lua a memória? Ela sorri p’ra si mesma.
À luz do lampião as folhas definhadas juntam-se a meus pés
Enquanto o vento se lamenta.
Cada lampião transmite um agoiro fatalista.
Alguém resmunga, o lampião goteja,
E em breve será dia...
Todas as tags deste blog
Anastasia
Todas as tags deste blog
:::luas recentes:::
:::noites passadas:::
::: links :::
Anime News
Network
Astérix et
Obélix
BeeHive
Best Anime
Blog da Pimentinha
BRB Internacional
Broadway
Broadway -
The Lion King
Catedral
Christian Kurrat
Chuviscos
Misteriosas Cidades d'Ouro
Disney
Disney on Broadway
Do What You Dream
Door to Fantasia
Kemet
Kiss Me Licia
Liquid Experience
Me, Myself and I
Movimentum...
Movimentum 2...
Mulher dos 50 aos 60
NASA
National Geographic
Niekonczaca Sie Opowiesc
per-Bast
Photograhy Directory
The NeverEnding
Story
The Temple of Bast
The Universe of Shoujo Manga
Timor
Aid
Tintim
TV Series
TV Wunschliste
:::favoritos:::
:::tags:::
subscrever feeds